A temática objeto de reflexão dos diferentes artigos que compõem o presente dossiê, Juventude, educação, violência e perspectivas de futuro, tem mobilizado diferentes setores da sociedade no sentido de pensar a respeito de alternativas que contemplem as angústias e expectativas de jovens e adolescentes de diferentes classes sociais, mas principalmente daqueles desprovidos de oportunidades de inserção social e profissional.
O contexto de incertezas que acompanha o cotidiano de jovens e adolescentes, tendo em vista as questões econômicas, sociais e psicológicas características da sociedade atual como apontam diferentes autores nacionais e internacionais (CASTEL, 1997; SALES; ADAM; FONSECA, 2014; ZALUAR, 1997), obriga-nos a refletir a partir de diferentes perspectivas, a fim de entendermos os jovens e de buscarmos respostas e caminhos para auxiliá-los nessa trajetória de pensar o futuro a partir das condições concretas de vida, como apontam autores como Sposito (2017) e Feixa & Lecardi(2010). Questões como conflitos, violências e injustiças que atravessam o cotidiano escolar e social dos jovens têm interferido nos processos de subjetivação e constituição identitária, bem como nas possibilidades de inserção social e profissional diante da precarização da formação e do trabalho, do individualismo, da mudança rápida da tecnologia e da dificuldade concreta de realizar um projeto de vida e profissional. Nesse contexto, a pergunta que perpassa todos os textos e é em que medida o processo educacional, suas políticas e diferentes espaços e propostas podem dar resposta a essas inquietações.
Referência: ADAM, Joyce Mary; FONSECA, Débora Cristina. Juventude, Educação, Violência e Perspectivas de Futuro. Cad. Cedes, Campinas, São Paulo, v.40, n.110, 2020.