O advento da Revolução Técnico-Científico-Informacional e a intensificação do processo de globalização produtiva e financeira promoveram, sobretudo nas duas últimas décadas do século XX, diversas alterações na dinâmica do trabalho. A demanda por profissionais qualificados e flexíveis intensificou-se em virtude do cenário intercapitalista eminentemente competitivo. Tais modificações condicionaram a expansão neoliberal e o surgimento de variáveis estruturais explicitamente relacionadas às altas taxas do desemprego jovem e à crescente informalidade da economia.
Na contemporaneidade, o desemprego jovem caracteriza-se como um fenômeno mundial, cujos efeitos e consequências apresentam-se de maneiras distintas de acordo com as riquezas de cada país. A transição escola-trabalho, por exemplo, não ocorre da mesma maneira em todas as regiões do globo: enquanto nos países desenvolvidos essa transição mostra-se bem definida, nos de economia emergente a tendência é conciliar trabalho e escola, o que acaba intensificando a evasão escolar e comprometendo as perspectivas individuais de futuro.
Referência: DA SILVA, A. Juventude contemporânea: na geração ameaçada pelo desemprego e pela instabilidade social, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo 2017.