O artigo aborda a escrita, simultaneamente, como técnica e como prática social. Desse modo, a partir de pesquisas realizadas em escolas públicas de ensino médio da periferia de São Paulo, entre 2006 e 2010, e com práticas culturais juvenis, desde 2002, apresenta-se os múltiplos aspectos revelados sobre as diferentes formas de letramento e suas implicações políticas.
Discute-se, portanto, da dimensão escolar, mais pautada por uma noção disciplinar de transmissão de uma técnica, às relações com as novas tecnologias que transformam profundamente os modos de ler, escrever e pensar, mas também os de se vivenciar a juventude e o período escolar. Realizam-se, ainda, comparações com um uso juvenil da escrita bastante particular, em São Paulo, a pixação. Ao expor esse panorama de práticas de escrita, tenta-se desvelar também os diferentes poderes e contrapoderes que por elas e em torno delas se afirmam.
Palavras-chave: escola, escrita, novas tecnologias, práticas culturais juvenis.
Referência: PEREIRA, A. B. Escritas dissonantes: escolarização, letramentos, novas tecnologias e práticas culturais juvenis, Horizontes Antropológicos n. 44, p. 81-107, Jul/ 2015 DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832015000200005