O município de Fortaleza na última década vivenciou uma crescente no registo de homicídios, sobretudo contra adolescentes. Tendência que se replica por todo o estado do Ceará.
Os impactos dessas mortes são sentidos imediatamente pelas famílias vítimas dessa realidade dramática. Famílias essas que recorrentemente sofrem com sistemáticas viola- ções de direitos. Além disso, a interrupção dessas vidas de forma violenta e precoce impacta não só nas realidades par- ticulares desses diversos arranjos familiares. Se as vítimas diretas são as registradas por essas mortes violentas, suas famílias se tornam vítimas indiretas desses homicídios. As consequências desse processo são sentidas por toda sociedade, que perde com o potencial de tantos jovens mortos violentamente. Possivelmente, mesmo se essas mortes não ocorressem mais a partir de hoje, as gerações seguintes ainda sofreriam com a perda de tantas vidas.
Para a resolução desse problema não existe uma fórmula simples e imediata. A presente iniciativa acredita que só o trabalho coletivo e em rede pode colaborar com a atenção qualitativa às famílias vítimas de homicídio. O desencadear desse processo pode resultar, inclusive, na prevenção desse tipo de violência.
Referência: ALTAMIRANO, T.H., et al. Cuidando em rede: Saberes e práticas na atenção às famílias de vítimas de homicídios. Instituto OCA, 2020
Tipo de documento: Relatório de pesquisa
Ano: 2020