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Educação profissional da juventude na crise do emprego

Na sociedade contemporânea, a lógica societal do capitalismo tardio gerou uma nova sociabilidade que desemprega e precariza milhões de pessoas de todas as faixas etárias, e o desemprego tornou-se um risco de desagregação social que afeta a juventude na faixa etária entre 15 e 24 anos. A crise da identidade mediada pelo trabalho também atinge a educação que, ao adotar as competências individuais e a noção de empregabilidade como possibilidade de inserção profissional perde a sua finalidade integradora.

O setor produtivo demanda um perfil de formação integral: técnica e científica e desafia a dualidade estrutural propedêutica e tecnicista/assistencialista do ensino médio. Essa questão preocupa a comunidade acadêmica ligada à pesquisa da educação e do trabalho.

A questão central da tese foi identificar como os atores sociais envolvidos com a escola técnica se movimentam diante do desemprego juvenil. O eixo conceitual da pesquisa estruturou-se na centralidade do trabalho como práxis social intersubjetiva (Lukács). Na teoria da ação comunicativa (Habermas), buscaram-se os elementos teórico-metodológicos para uma visibilidade de indicadores de participação. A interação entre a escola e o setor produtivo foi vista pela abordagem da formação integral, com fundamentos científico-tecnológicos e histórico-sociais (Ciavatta, Frigotto, Kuenzer) complementada pela heterogeneidade institucional (Gibbons) e intersubjetividade da ciência (Latour).

A ambiguidade da noção de competências foi vista pelo pragmatismo que subordina o conhecimento à utilidade (Ramos, Ropé & Tanguy) e pela contextualização (Lopes) como meio de implementação do discurso oficial na prática escolar. A noção de currículo como prática social (Popkewitz) e como regulação (Lopes & Boaventura Santos) foi tomada para analisar como se estrutura a subjetividade por meio do currículo. Conclui-se que a participação dos atores sociais é desigual. Uma das respostas dadas pela escola técnica ao desemprego juvenil é o desenvolvimento de uma ruptura conceitual da subjetividade na formação do aluno, via currículo, por meio da mudança do conceito de empregado para o de empreendedor. Os interesses dos atores sociais convergem para o aumento da oferta de estágios e emprego. Verificou-se que 89% dos alunos da amostra estão sem estágio. Surpreende o otimismo dos jovens em relação ao futuro do trabalho, pois 72% acreditam que poderão sustentar a família com o fruto do seu trabalho.

Palavras-chave: capitalismo tardio, desemprego, desagregação social, juventude, crise da identidade mediada pelo trabalho, educação profissional.

Referência: FREITAS, Maria da Conceição da Silva. Educação profissional da juventude na crise do emprego. Resumos das teses e dissertações defendidas no PPG_SOL/UnB Teses. Universidade de Brasília (UnB), Brasília, 2004.

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