Este artigo tem o propósito de trazer reflexões sobre violência urbana e violação de diretos fundamentais como acontecimentos que têm marcado o cotidiano de adolescentes e jovens residentes na periferia de Fortaleza. Também traz uma discussão sobre os desafios metodológicos das pesquisas participativas com esse público. O Estado do Ceará e, principalmente, sua capital têm apresentado os maiores índices de homicídios de adolescentes nos últimos anos, e os índices estão crescendo entre as meninas. Embora tenham ocorrido intervenções dos órgãos nacionais e latino-americanos de Direitos Humanos, com ações judiciais interpostas por entidades que atuam na defesa de direitos de crianças, adolescentes e jovens, os poderes executivo, judiciário e legislativo se mobilizam, quase sempre, oferecendo respostas paliativas à população, e propõem ações de controle e repressão para o fortalecimento do projeto político neoliberal. Nesse cenário, importa refletir sobre os efeitos da dinâmica territorial da violência na vida de jovens da periferia, os dispositivos que compõem a rede de controle/enfrentamento à violência e seus impactos na construção de lentes teórico-metodológicas que instrumentalizem os/as pesquisadores/as ao manejo da produção de conhecimento no campo-tema juventude-violência.
Palavras-chave: Violência, território, juventude, necropolítica.
Referência: COLAÇO, Veriana de Fátima Rodrigues; QUIXADÁ, Luciana Martins; MENEZES, Jaileila de Araújo; CAVALCANTE Ana Jéssica de Lima; SOUSA, Raquel Nascimento. Aproximações do Campo-tema Juventude e Violência na Periferia de Fortaleza. Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, 2021.