Este trabalho trata da experiência de jovens que encontraram nas linguagens do corpo e da música instrumentos de compreensão e de reinvenção de si e da realidade em que vivem. No contexto de Paracatu – Minas Gerais, em que grandes projetos de desenvolvimento contrastam e colidem com uma rica histórica cultural, é através da dança afro, da capoeira e do teatro que esses jovens se encontram com as suas próprias histórias, as de seus antepassados e a de outros jovens.
Com base em entrevistas, rodas de conversa e do acompanhamento etnográfico das experiências, esse trabalho pretende registrar a força e a importância do acesso das juventudes a espaços de criação e as perspectivas múltiplas sobre a realidade, ao mesmo tempo contrárias e em diálogo com a racionalidade moderna, na construção de um pensamento crítico e de respeito à diversidade. Dançar, atuar e jogar capoeira é para esses jovens se identificar, reconhecer-se em seu corpo e assumi-lo e então afirma-lo publicamente. Ocupar os espaços públicos e institucionais com narrativas e performances dessa natureza é agir sobre as experiências de quem faz e de quem assiste, atuando, dessa maneira, na construção da realidade vivida.
Palavras-chave: Juventude; Cultura; Negritude; Experiência; Narrativa; Performance
Referência: MORAIS, Lídia Maria de Oliveira. Negritude nas linguagens do corpo: criatividade e resistência na experiência de jovens em Paracatu, MG. 2017. 115 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.