Este artigo discute a percepção dos jovens do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal, que se encontram no final da medida socioeducativa de internação, sobre juventude, violência e trajetória escolar, problematizando o contexto de vida desses jovens e revelando suas condições juvenis. A pesquisa foi realizada em uma unidade socioeducativa de internação do Distrito Federal, com uma abordagem qualitativa e desenvolvida por meio de dois procedimentos que se complementam.
O primeiro consistiu na aplicação de um questionário individual e o outro na realização de dois grupos focais, entre novembro de 2018 e maio de 2019. Participaram do estudo 10 jovens do sexo masculino, com idades entre 17 e 19 anos. Ao dialogar com as referências do campo de estudos sobre juventude e violência, Cara e Gauto (2007), Dayrell e Carrano (2014), José Santos (2014) e Silva (2011), evidenciou-se o risco de analisar os jovens de forma negativa, enfatizando as características que lhes faltariam para corresponder a um determinado modelo de “ser jovem”. A pesquisa revelou os modos pelos quais os jovens em final de medida socioeducativa de internação pensam e constroem as suas experiências com as diferentes faces da violência e apontou que a trajetória escolar dos jovens representa descontinuidade, fragmentação e forte relação entre evasão e envolvimento com o crime.
Palavras-chave: Juventude, Violência, Socioeducação, Trajetória escolar
Referência: SOUZA, Lívia Silva; LACÉ, Andréia Mello. Juventude, violência e trajetória escolar. Revista HISTEDBR On-line,Universidade de Brasília (UnB), v.21, Nov.2021.