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O lugar de expressão dos jovens comunicadores: discursos sobre concessão e conquista

Nas últimas décadas, as mudanças tecnológicas tornaram-se mais visíveis, com implicações na forma como as pessoas se relacionam e se comunicam. Compreender esse fenômeno se configura, portanto, como um fator importante para o melhor entendimento sobre a sociedade. No mundo, muitos jovens habitam o meio digital de forma ativa. Vale ressaltar que as condições de acesso não são as mesmas para todos os jovens, e cabe muitas vezes às políticas públicas transformar essa realidade.

Sabendo disso, esta pesquisa objetiva identificar como jovens comunicadores integrantes do Programa de Monitoria de Comunicação do CUCA Mondubim se compreendem, constituem-se e se revelam como comunicadores no espaço institucional do CUCA e em suas redes sociais. Para isso, houve um acompanhamento presencial dos monitores em suas atividades cotidianas. Partiu-se de uma reflexão a respeito das implicações dos avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), tendo como referências, acadêmicos como Comparato (2001) e Peruzzo (2007), o que criou uma interlocução com as visões sobre Políticas Públicas e Políticas Públicas de Juventude (PPJs) de autores como Ramos (2005) e Oliveira e Barbalho (2018). A pesquisa assume uma inspiração etnográfica quanto ao processo de coleta e análise dos dados. As ideias que orientam os procedimentos metodológicos apoiam-se em Geertz (1989), Magnani (2002) e Malinowski (2018). Tornou-se fundamental a ida ao campo, entre os meses de outubro e dezembro de 2019, para acompanhar a formação dos monitores, as reuniões de pauta, as gravações e as produções. Em 2021, a fim de qualificar as análises, foram realizadas entrevistas semiestruturadas (DUARTE, 2004; BONI, QUARESMA, 2005) e avaliamos, através de Análise do Discurso (FOUCAULT, 1996; CAREGNATO, MUTTI, 2006), conteúdos produzidos pelos monitores. Conclui-se, a partir da análise dos dados, que há um enfoque da PPJ na empregabilidade e, com isso, uma formação mais técnica do que teórica/crítica. Como a estrutura é previamente estabelecida pelos gestores, os jovens comunicadores têm pouco controle sobre o conteúdo produzido pela Monitoria. Os jovens se entendiam como comunicadores a partir de seus trabalhos, quando punham em prática os seus conhecimentos comunicacionais. Assim, para os jovens, o ser comunicador está ligado diretamente ao ofício, à prática e à execução de tarefas, respeitando a um crivo institucional e a um controle de qualidade técnica.

Palavras-chave: Comunicador, Juventudes, Políticas públicas, Rede CUCA.

Referência: MEDEIROS, Frederico Pinheiro de Souza. O lugar de expressão dos jovens comunicadores: discursos sobre concessão e conquista. 2021. 147 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Instituto de Cultura e Arte, Universidade Federal do Ceará, 2021.

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